sábado, 11 de fevereiro de 2017

Falou e disse...

"This is a serious project. All immigrants to the United States know (and knew) that if they want to become real, authentic Americans they must reduce their fealty to their native country and regard it as secondary, subordinate, in order to emphazise their whiteness. Unlike any nation in Europe, the United States holds whiteness as the unifying force. Here, for many people, the definition of 'Americaness' is color.

Under slave laws, the necessity for color rankings was obvious, but in America today, post-civil-rights legislation, white people's conviction of their natural superiority is being lost. Rapidly lost. There are 'people of color' everywhere, threatening to erase this long-understood definition of America. And what then? Another black President? A predominantly black Senate? Three black Supreme Court Justices? The treat is frightening.

[...]

So scary are the consequences of a collapse of white privilege that many Americans have flocked to a political platform that supports and translates violence against the defenseless as strength. These people are not so much angry than as terrified, with the kind of terror that makes knees tremble". *  **

* Trechos de Mourning for Whiteness, pequeno ensaio escrito pela romancista norte-americana Toni MORRISON para a série de textos intitulada  Aftermath: Sixteen writers on Trump's America , sobre o que esperar de um governo do famigerado Donald Trump, e publicada pela revista New Yorker em 21 de novembro de 2016.

** [Tradução aproximada: "Esse é um projeto sério. Todos os imigrantes para os Estados Unidos sabem (e sabiam) que se eles querem tornar-se autênticos norte-americanos de verdade eles precisam reduzir sua fidelidade ao seu país natal e considerá-la secundária, subordinada, para enfatizar sua branquitude. Diferente de qualquer nação europeia, os Estados Unidos mantém a branquitude como a  força unificadora. Aqui, para muitas pessoas, a definição da "norte-americanidade" é a cor. Sob as leis escravistas, a necessidade de rankings da cor era óbvia, mas nos Estados Unidos de hoje, pós-legislação de direitos civis, a convicção das pessoas brancas de sua superioridade está sendo perdida. Rapidamente perdida. Há 'pessoas de cor' em todo lugar, ameaçando apagar essa definição há tanto tempo aceita de Estados Unidos. E o que mais então? Outro presidente negro? Um senado predominantemente negro? Três ministros negros na Suprema Corte? A ameaça é assustadora [...] Tão pavorosas são as consequências de um colapso do privilégio branco que muitos norte-americanos foram em bando para uma plataforma política que apóia e traduz a violência contra os desprotegidos como um ponto forte. Essas pessoas não estão tão raivosas quanto aterrorizadas, com o tipo de terror que faz joelhos tremerem"]