Ganhei de presente, em 1991, um exemplar deste disco (em vinil). Demorei um certo tempo a me "acostumar" com ele, mas, de lá pra cá, nunca mais deixei de ouvi-lo (hoje em dia, apenas em CD).
As canções são bem distintas umas das outras: em comum apenas a performance "virtuosística" do guitarrista (e principal compositor) Vernon Reid. Apesar de seu destaque, todos os integrantes são muito bons, principalmente o baixista Muzz Skillings.
O Living Colour não atingiu o sucesso radiofônico (pelo menos não no Brasil). Injustiça com uma banda tão criativa, mesmo seguindo a geralmente repetitiva linha do heavy metal.
Faixa a faixa
Time's up - A faixa de abertura é a mais pesada em todo o disco, mas não é muito boa. A letra, também fraquinha, apresenta mensagem ecológica.
History lesson - Primeira das vinhetas espalhadas ao longo do álbum
Pride - Aqui é que o disco começa a ficar interessante. Composta pelo baterista William Calhoun, tem letra forte, abordando a questão racial. O som é vigoroso, denso. Ótima.
Love rears its ugly head - Talvez a canção mais conhecida do Living Colour. Tem uns toques jazzísticos bastante agradáveis. Rolava bastante na extinta rádio Geraes, aqui de BH. OBS: Por que as boas rádios acabam? Letra bem humorada, tratando do casamento.
New Jack theme - A faixa que menos gosto no disco.
Someone like you - Composta pelo baixista Muzz Skillings. Trata da ação discriminatória da polícia nos Estados Unidos, sobretudo em áreas pobres das grandes cidades, onde vive a maioria da população negra. Outra boa faixa.
Elvis is dead - Canção engraçada, com participação de Little Richard. Imaginem "a zombie Elvis/in a tracky white jumpsuit/just imagine a rotting Elvis/shopping for fresh fruit".
Type - Faixa "certinha" demais. Levada bem pop, feita sob medida pra tocar no rádio.
Information overload - Canção bem heavy metal e, como diz o título, trata da sobrecarga de informação, num mundo em que "only ten percent control the rest/only ten percent decide the rest".
Under cover of the darkness - Outra canção com toques jazzísticos (aqui mais acentuados). Participação de Queen Latifah, que, nessa época, era apenas uma rapper.
Ology - Outra vinheta.
Fight the fight - Minha preferida. Mantém o tom político de muitas outras canções do grupo. É pesada e ao mesmo tempo bem swingada. Musicaço!
Tag team partners - Mais uma vinheta.
Solace of you - Essa é ideal pra ouvir na beirada da praia. Suave e com um lindo arranjo para os vocais.
This is the life - Se a faixa de abertura não é tão boa, a de encerramento é sensacional. Destaque para o vocalista Corey Glover.
Amanhã, o assunto é o disco Audioslave, do... Audioslave.