segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Falou e disse...

LIMITE *

E quando a palavra
apodrece
num corredor
de sílabas ininteligíveis.

E quando a palavra
mofa
num canto-cárcere
do cansaço diário.

E quando a palavra
assume o fosco
ou o incolor da hipocrisia.

E quando a palavra
é fuga
em sua própria armadilha.

E quando a palavra
é furada
em sua própria efígie.

A palavra
sem vestimenta,
nua,
desincorporada.

* VENTURA, Adão. Costura de nuvens. Sabará: Dubolsinho, 2010. p. 37