LIMITE *
E quando a palavra
apodrece
num corredor
de sílabas ininteligíveis.
E quando a palavra
mofa
num canto-cárcere
do cansaço diário.
E quando a palavra
assume o fosco
ou o incolor da hipocrisia.
E quando a palavra
é fuga
em sua própria armadilha.
E quando a palavra
é furada
em sua própria efígie.
A palavra
sem vestimenta,
nua,
desincorporada.
* VENTURA, Adão. Costura de nuvens. Sabará: Dubolsinho, 2010. p. 37