Em setembro de 2010 escrevi aqui sobre uma das conferências de Italo Calvino reunidas em Seis propostas para o próximo milênio*. Preciso hoje voltar às suas reflexões.
Como se sabe, naquele livro, o escritor defende "alguns valores literários que mereciam ser preservados", ainda que não tenhamos indicação alguma dos rumos a serem tomados pela Literatura nos mil anos vindouros. Os valores seriam a leveza, a rapidez, a exatidão, a visibilidade, a multiplicidade e a consistência (Calvino, todavia, faleceu antes de escrever sobre o último). Assim como na postagem de 2010, vamos nos ater apenas à rapidez.
De acordo com o autor italiano, "o século da motorização [o século XX] impôs a velocidade como um valor mensurável, cujos recordes balizam a história do progresso da máquina e do homem". E assim permanece no século XXI. A lentidão, pelo que temos visto, não combina com a lucratividade de uma economia cada vez mais dependente de um mercado financeiro voraz, interconectado, que reage a mudanças em questão de minutos. A lentidão, ao que tudo indica, também não tem a simpatia de seres humanos ansiosos e impacientes, cada vez mais dependentes de seus pequenos dispositivos eletrônicos portáteis. "Numa época em que outros media triunfam, dotados de uma velocidade espantosa e de um raio de ação extremamente extenso", ainda segundo o italiano, que formas assumirá o texto literário? Ele chega a dizer que imagina "imensas cosmologias, sagas e epopeias encerradas nas dimensões de um epigrama". Basta ler As cosmicômicas, Cidades invisíveis e, principalmente, Palomar para entender por que Calvino advoga em favor da rapidez e da narrativa condensada, de breve duração: "[...] meu temperamento me leva a realizar-me melhor em textos curtos - minha obra se compõe em sua maior parte de short stories".
A propósito, outro mestre em narrar por meio dos escritos pouco extensos e altamente concentrados foi Jorge Luis Borges, que nunca publicou um romance. Entretanto, sua História universal da infâmia, Ficções, O livro dos seres imaginários - entre outros - atestam que o tamanho de um texto nada diz de sua qualidade. Menciono, por exemplo, o conto O espelho e a máscara (d'O livro de areia**), um primor de condensação narrativa, cujo mote é o trabalho de um poeta encarregado de enaltecer, através de sua pena, a batalha vencida por seu monarca. Após três anos de trabalho árduo do poeta (e modificações e supressões aconteceram a cada apresentação anual da peça), restou apenas uma linha: "Sem se animarem a pronunciá-la em voz alta, o poeta e o Rei a saborearam, como se fosse uma prece secreta ou uma blasfêmia", lemos no sensacional conto do escritor argentino, sem descobrir o que continha aquele único verso. "Nasce com Borges" - nos diz Calvino - "uma literatura elevada ao quadrado e ao mesmo tempo uma literatura que é como a extração da raiz quadrada de si mesma".
A rapidez não é impedimento para a existência de uma produção literária maiúscula. Contudo, entre tanta gente apressada e inquieta no mundo, não se encontram muitos leitores de Borges - e de Calvino - andando por aí.
Dentro do ônibus ou no metrô, na espera da consulta médica e, talvez, antes de pegar no sono, deitados na cama, é possível flagrar alguns indivíduos com livros nas mãos (cercados, contudo - é claro! -, por zilhões de outros movendo freneticamente os polegares sobre a tela de seus inseparáveis aparelhinhos). Na maioria das vezes, o que se lê nessas ocasiões, noto geralmente, é autoajuda e psicologia de araque, (muita) religião e esoterismo, além de títulos vinculados à indústria do cinema/entretenimento (e já vi passageiros no transporte coletivo, em pé, segurando um daqueles taludos exemplares da saga assinada por George R. R. Martin, a despeito do desconforto do veículo lotado). Obviamente, as pessoas leem o que quiserem, independentemente do que sujeitos metidos a besta (como este blogueiro) achem de seus gostos e interesses individuais. Meu ponto aqui, porém, vai em outra direção agora.
Fala-se muito em falta de tempo. Fala-se bastante também em correria: todo conhecido com quem topamos alega sempre estar numa correria dos infernos (ironicamente, nossas atuais sociedades, urbanizadas, apresentam altos índices de obesidade entre a sua população, cada vez menos disposta a correr, no sentido literal). Tanta pressa, tanta falta de tempo, tanta correria... Surge, então, o questionamento: a opção - mais do que isso, o exercício - da escrita e da leitura literárias combinam com essa velocidade quase tirânica, inescapável, de nossa era? Antes de responder, gostaria de falar sobre três livros que li no último fim de semana.
1) Um exemplo de que rumo a Literatura poderá tomar de agora em diante (e não quero dizer com isso que é um exemplo excelente, nem que é o rumo certo) pode ser encontrado no despretensioso livro A vida na porta da geladeira, de Alice Kuipers (Editora Martins Fontes, 2009, tradução de Rodrigo Neves). A narrativa focaliza o convívio das duas personagens centrais - mãe e filha - através dos bilhetes que cada uma deixa na porta do refrigerador durante quatro meses. Nesse intervalo de tempo, a mãe, médica, enfrenta grave complicação, enquanto a filha, uma estudante de 15-16 anos, atravessa os altos e baixos de sua pouca idade.
É possível ler A vida na porta da geladeira em menos de uma hora e meia. Como é composto por recados breves (muitos destes formados por apenas seis ou sete frases), a leitura segue ligeira e (para minha surpresa) bem agradável. No momento em que digito este texto, aposto, milhares de escritoras e escritores sem ter quem os leia devem estar ansiosos por um insight como esse de Alice Kuipers.
2) Leva-se também pouquíssimo tempo para terminar Adeus conto de fadas (Editora 7 Letras, 2006), reunião de minicontos escritos por Leonardo Brasiliense. Na orelha do livro, Marcelo Spalding observa que "o miniconto é um gênero que cresce no mundo todo, e cada vez mais a partir da internet" (onde o autor foi "descoberto" graças a seu site: www.leonardobrasiliense.com.br). O que me leva a pensar: manter um endereço na web (seja site, blog ou página/perfil em mídia social) parece ter se tornado quase indispensável para os artistas (inclusive escritores).
Voltando a Adeus conto de fadas, vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Melhor Livro Juvenil em 2007, reproduzo abaixo um miniconto que representa bem esse livro e seu leitor-destinatário:
3) Por fim, os Contos mínimos, de Heloísa Seixas (Editora Best Seller/Record, 2006) dizem a que vieram logo no título da antologia. A escritora reconhece que alguns de seus textos (publicados inicialmente numa revista suplementar do extinto Jornal do Brasil) nem sempre são reconhecidadmente contos, mas que "atravessam uma fronteira imprecisa e têm sabor de crônica". Todas as 50 narrativas cabem em apenas duas páginas (exceção para Confete e Os ratos, acho eu). Na última delas, intitulada justamente Um conto mínimo (e uma das melhores), Heloísa Seixas fala de um acidente ocorrido com um avião japonês e escreve:
A opção - mais do que isso, o exercício - da escrita e da leitura literárias combinam com essa velocidade quase tirânica, inescapável, de nossa era? Esse é o questionamento mantido em suspensão pelo blogueiro até agora. Necessário respondê-lo.
Diria que o tipo de Literatura pelo qual me interesso não combina com a velocidade. Não me entenda mal, eventual leitor(a): gosto também de textos curtos e rápidos. Minha opinião, porém, tem menos a ver com o tamanho das obras e mais com aquilo que estas requerem, exigem, do sujeito leitor.
Percebo, atualmente, no polo da recepção do texto literário, muita dispersão, muita superficialidade, pouca vontade de parar para pensar. A esse respeito, recomendo a leitura do pequeno e excelente artigo do professor da Fundação Getúlio Vargas, Thomaz Wood Jr., publicado na sua coluna da revista Carta Capital, em março do ano passado. Em A era da impaciência, Wood Jr. observa que estar o tempo todo envolvido com os smartphones, tablets e laptops da vida pode não ser tão bom negócio. As pessoas estão mais desatentas e apresentando menor capacidade analítica. Ele escreve:
Percebo também uma certa... preguiça mental: basta ver a quantidade de pessoas que reclamam de "textões" no Facebook ou a expressão norte-americana típica de alguns usuários de mídias sociais - tl;dr ("too long; didn't read").
Existe uma obsessão por interagir com outras pessoas o tempo todo e pouca disposição para ficar sozinho, pelo menos de vez em quando - condição que julgo essencial para alguém se tornar um leitor de verdade.
Junto a tudo isso, há o modo como cada indivíduo experimenta e vivencia a passagem do tempo. As pessoas lentas, como este blogueiro, têm grande dificuldade de entender (e se fazer entender pelas) pessoas velozes, aquelas que controlam o ritmo do mundo. Foi, aliás, um livro da psicanalista e ensaísta Maria Rita Kehl (sobre o qual já escrevi aqui e aqui) que me fez pensar nesse último ponto.
Quando tiver oportunidade, retomo essa discussão.
De acordo com o autor italiano, "o século da motorização [o século XX] impôs a velocidade como um valor mensurável, cujos recordes balizam a história do progresso da máquina e do homem". E assim permanece no século XXI. A lentidão, pelo que temos visto, não combina com a lucratividade de uma economia cada vez mais dependente de um mercado financeiro voraz, interconectado, que reage a mudanças em questão de minutos. A lentidão, ao que tudo indica, também não tem a simpatia de seres humanos ansiosos e impacientes, cada vez mais dependentes de seus pequenos dispositivos eletrônicos portáteis. "Numa época em que outros media triunfam, dotados de uma velocidade espantosa e de um raio de ação extremamente extenso", ainda segundo o italiano, que formas assumirá o texto literário? Ele chega a dizer que imagina "imensas cosmologias, sagas e epopeias encerradas nas dimensões de um epigrama". Basta ler As cosmicômicas, Cidades invisíveis e, principalmente, Palomar para entender por que Calvino advoga em favor da rapidez e da narrativa condensada, de breve duração: "[...] meu temperamento me leva a realizar-me melhor em textos curtos - minha obra se compõe em sua maior parte de short stories".
A propósito, outro mestre em narrar por meio dos escritos pouco extensos e altamente concentrados foi Jorge Luis Borges, que nunca publicou um romance. Entretanto, sua História universal da infâmia, Ficções, O livro dos seres imaginários - entre outros - atestam que o tamanho de um texto nada diz de sua qualidade. Menciono, por exemplo, o conto O espelho e a máscara (d'O livro de areia**), um primor de condensação narrativa, cujo mote é o trabalho de um poeta encarregado de enaltecer, através de sua pena, a batalha vencida por seu monarca. Após três anos de trabalho árduo do poeta (e modificações e supressões aconteceram a cada apresentação anual da peça), restou apenas uma linha: "Sem se animarem a pronunciá-la em voz alta, o poeta e o Rei a saborearam, como se fosse uma prece secreta ou uma blasfêmia", lemos no sensacional conto do escritor argentino, sem descobrir o que continha aquele único verso. "Nasce com Borges" - nos diz Calvino - "uma literatura elevada ao quadrado e ao mesmo tempo uma literatura que é como a extração da raiz quadrada de si mesma".
A rapidez não é impedimento para a existência de uma produção literária maiúscula. Contudo, entre tanta gente apressada e inquieta no mundo, não se encontram muitos leitores de Borges - e de Calvino - andando por aí.
Dentro do ônibus ou no metrô, na espera da consulta médica e, talvez, antes de pegar no sono, deitados na cama, é possível flagrar alguns indivíduos com livros nas mãos (cercados, contudo - é claro! -, por zilhões de outros movendo freneticamente os polegares sobre a tela de seus inseparáveis aparelhinhos). Na maioria das vezes, o que se lê nessas ocasiões, noto geralmente, é autoajuda e psicologia de araque, (muita) religião e esoterismo, além de títulos vinculados à indústria do cinema/entretenimento (e já vi passageiros no transporte coletivo, em pé, segurando um daqueles taludos exemplares da saga assinada por George R. R. Martin, a despeito do desconforto do veículo lotado). Obviamente, as pessoas leem o que quiserem, independentemente do que sujeitos metidos a besta (como este blogueiro) achem de seus gostos e interesses individuais. Meu ponto aqui, porém, vai em outra direção agora.
Fala-se muito em falta de tempo. Fala-se bastante também em correria: todo conhecido com quem topamos alega sempre estar numa correria dos infernos (ironicamente, nossas atuais sociedades, urbanizadas, apresentam altos índices de obesidade entre a sua população, cada vez menos disposta a correr, no sentido literal). Tanta pressa, tanta falta de tempo, tanta correria... Surge, então, o questionamento: a opção - mais do que isso, o exercício - da escrita e da leitura literárias combinam com essa velocidade quase tirânica, inescapável, de nossa era? Antes de responder, gostaria de falar sobre três livros que li no último fim de semana.
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1) Um exemplo de que rumo a Literatura poderá tomar de agora em diante (e não quero dizer com isso que é um exemplo excelente, nem que é o rumo certo) pode ser encontrado no despretensioso livro A vida na porta da geladeira, de Alice Kuipers (Editora Martins Fontes, 2009, tradução de Rodrigo Neves). A narrativa focaliza o convívio das duas personagens centrais - mãe e filha - através dos bilhetes que cada uma deixa na porta do refrigerador durante quatro meses. Nesse intervalo de tempo, a mãe, médica, enfrenta grave complicação, enquanto a filha, uma estudante de 15-16 anos, atravessa os altos e baixos de sua pouca idade.
É possível ler A vida na porta da geladeira em menos de uma hora e meia. Como é composto por recados breves (muitos destes formados por apenas seis ou sete frases), a leitura segue ligeira e (para minha surpresa) bem agradável. No momento em que digito este texto, aposto, milhares de escritoras e escritores sem ter quem os leia devem estar ansiosos por um insight como esse de Alice Kuipers.
2) Leva-se também pouquíssimo tempo para terminar Adeus conto de fadas (Editora 7 Letras, 2006), reunião de minicontos escritos por Leonardo Brasiliense. Na orelha do livro, Marcelo Spalding observa que "o miniconto é um gênero que cresce no mundo todo, e cada vez mais a partir da internet" (onde o autor foi "descoberto" graças a seu site: www.leonardobrasiliense.com.br). O que me leva a pensar: manter um endereço na web (seja site, blog ou página/perfil em mídia social) parece ter se tornado quase indispensável para os artistas (inclusive escritores).
Voltando a Adeus conto de fadas, vencedor do Prêmio Jabuti na categoria Melhor Livro Juvenil em 2007, reproduzo abaixo um miniconto que representa bem esse livro e seu leitor-destinatário:
MULTIMIMDIA
Tô jogando Battlefield com o Marcelo na internet, teclando com a Angélica no messenger, falando com o Didi no skype, pegando o maior tédio num chat, olhando um filme de terceira na TV a cabo, ouvindo meu mp3 player... tudo ao mesmo tempo. Ah, e além disso, lendo um livro de minicontos, o que me inspirou a dar uma de escritor e escrever este aqui. O quê? Não ficou bom? Mas por quê?
3) Por fim, os Contos mínimos, de Heloísa Seixas (Editora Best Seller/Record, 2006) dizem a que vieram logo no título da antologia. A escritora reconhece que alguns de seus textos (publicados inicialmente numa revista suplementar do extinto Jornal do Brasil) nem sempre são reconhecidadmente contos, mas que "atravessam uma fronteira imprecisa e têm sabor de crônica". Todas as 50 narrativas cabem em apenas duas páginas (exceção para Confete e Os ratos, acho eu). Na última delas, intitulada justamente Um conto mínimo (e uma das melhores), Heloísa Seixas fala de um acidente ocorrido com um avião japonês e escreve:
"Somos todos - não só artistas, mas todos nós - como aqueles japoneses desesperados. Vivemos tentando deixar nossas pegadas, apressados entre o início e o fim da viagem, sem saber ao certo o que acontecerá. E tudo passa num sopro, uma rajada, não dura mais do que alguns minutos diante do arco da eternidade.
A vida é um conto mínimo."
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A opção - mais do que isso, o exercício - da escrita e da leitura literárias combinam com essa velocidade quase tirânica, inescapável, de nossa era? Esse é o questionamento mantido em suspensão pelo blogueiro até agora. Necessário respondê-lo.
Diria que o tipo de Literatura pelo qual me interesso não combina com a velocidade. Não me entenda mal, eventual leitor(a): gosto também de textos curtos e rápidos. Minha opinião, porém, tem menos a ver com o tamanho das obras e mais com aquilo que estas requerem, exigem, do sujeito leitor.
Percebo, atualmente, no polo da recepção do texto literário, muita dispersão, muita superficialidade, pouca vontade de parar para pensar. A esse respeito, recomendo a leitura do pequeno e excelente artigo do professor da Fundação Getúlio Vargas, Thomaz Wood Jr., publicado na sua coluna da revista Carta Capital, em março do ano passado. Em A era da impaciência, Wood Jr. observa que estar o tempo todo envolvido com os smartphones, tablets e laptops da vida pode não ser tão bom negócio. As pessoas estão mais desatentas e apresentando menor capacidade analítica. Ele escreve:
"Não faltam exemplos: alunos lacrimejam e bocejam depois de 20 minutos de aula; leitores parecem querer textos cada vez mais curtos, fúteis e ilustrados; executivos saltam furiosamente sobre diagnósticos e análises e tomam decisões na velocidade do som; projetos são iniciados e rapidamente esquecidos; reuniões iniciam sem pauta e terminam sem rumo. Hipnotizados por tablets e smartphones, vivemos em uma sociedade assolada pelo transtorno do déficit de atenção e pela impaciência crônica".
Percebo também uma certa... preguiça mental: basta ver a quantidade de pessoas que reclamam de "textões" no Facebook ou a expressão norte-americana típica de alguns usuários de mídias sociais - tl;dr ("too long; didn't read").
Existe uma obsessão por interagir com outras pessoas o tempo todo e pouca disposição para ficar sozinho, pelo menos de vez em quando - condição que julgo essencial para alguém se tornar um leitor de verdade.
Junto a tudo isso, há o modo como cada indivíduo experimenta e vivencia a passagem do tempo. As pessoas lentas, como este blogueiro, têm grande dificuldade de entender (e se fazer entender pelas) pessoas velozes, aquelas que controlam o ritmo do mundo. Foi, aliás, um livro da psicanalista e ensaísta Maria Rita Kehl (sobre o qual já escrevi aqui e aqui) que me fez pensar nesse último ponto.
Quando tiver oportunidade, retomo essa discussão.
* CALVINO, Italo. Seis propostas para o próximo milênio: lições americanas. São Paulo: Companhia das Letras, 1990 [tradução de Ivo Barroso]
** BORGES, Jose Luis. O livro de areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2009 [Tradução de Davi Arrigucci Jr.]
BG de Hoje
Não sou sempre a brutalidade em pessoa. Emociono-me, choro, sinto saudade e carência afetiva como qualquer outra pessoa. E ontem à noite fiquei pensando muito nessa canção. É a balada mais bonita que conheço - Is it okay if I call you mine?, composta e interpretada pelo ator PAUL McCRANE para o inesquecível filme Fama, de 1980. "And what I'm trying to say isn't really new/It's just the things that happen to me when I'm reminded of you". Chega a apertar o coração.