Já
li em mais de uma resenha publicada na imprensa que, atualmente, os
melhores trabalhos do Cinema estão sendo feitos na área da animação,
seja na indústria voltada para o entretenimento de massas, seja no dito
"mercado independente". Uns dizem que há esgotamento nos modos de narrar dos filmes em "carne e osso"; outros - com veneno - argumentam: numa época em que se tornou possível fazer quase tudo
visualmente falando, graças aos recursos tecnológicos digitais , os
efeitos especiais ocupam espaço desmedido nas produções e, nesse caso,
é preferível ficar com os desenhos animados mesmo, mais vantajosos por
não incluírem atores de 5ª categoria... Nesse ponto, não tenho opinião
formada. Só sei dizer que WALL.E (WALL.E - direção:
Andrew Stanton, 2008) foi um dos melhores filmes que pude assistir
ultimamente. Seus primeiros 30 minutos são grandiosos.
Claro,
é direcionado para crianças, mas todos sabemos que hoje em dia não é
muito inteligente, nem lucrativo, produzir desenhos sem pensar também
no público adulto. E se deixarmos de lado as mensagens "educativas"
mais explícitas - enaltecer a reciclagem do lixo e a preservação
ambiental, criticar o sedentarismo e a tecnofilia extremados, etc. -
notaremos que é um filme a lidar com temas quase sempre melancólicos,
como, por exemplo, a solidão e o envelhecimento. NOTA: Esses temas, a propósito, estão presentes em outras animações excelentes, de curta-metragem; Geri's game (com direção de Jan Pinkava, 1997) e Bunny (dirigido por Chris Wedge, 1998). Bunny é belissimamente triste; Geri's game, engraçadíssimo, de uma forma um tanto demente, devo acrescentar.
Não
dou muita trela a quem proclama as "vantagens" do envelhecimento.
Confesso que não vejo nenhuma. Mas reconheço que os velhos costumam ser
obstinados (alguns diriam teimosos). E WALL.E é obstinado.
Executa a mesma tarefa por centenas de anos, aparentemente sem se
importar com a inutilidade de seu trabalho.
E
o robô é extremamente solitário, tendo apenas a seu lado uma baratinha,
que o acompanha naquele mundo vazio. Guarda cacarecos e bugigangas em
casa (coisa de velho!) e, apesar de seus estoicismo, a solidão lhe pesa
muito.
Para
mim - e peço desculpas por minha pieguice - a sequência mais tocante do
filme é quando WALL.E, a despeito da impossibilidade de se comunicar
com EVE, a sonda que visita o planeta, após esta ter cumprido sua
tarefa, fica ao lado dela durante um longo, longo tempo, sempre
velando-a, sempre esperançoso.
A
parceria bem sucedida entre Pixar e Disney, até aqui, foi muito
rentável, comercialmente falando. E, de vez em quando, seus trabalhos
conseguem deixar o espectador emocionado, como fiquei ao final de WALL.E.
BG de Hoje (duplo)
Falando em desenhos animados, um dos filmes que marcaram minha adolescência foi Uma cilada para Roger Rabbit. E uma das cenas mais inesquecíveis é aquela em que Jessica Rabbit canta Why don't you do right?
A personagem foi dublada por Kathleen Turner, símbolo sexual nos anos
1980, mas quem interpreta a canção é outra atriz, Amy Irving, na época,
esposa de Steven Spielberg, o produtor do filme.
E ao fazer a busca por essa cena, acabei encontrando este outro vídeo, de uma desconhecida, interpretando (e bem) a mesma canção.
E ao fazer a busca por essa cena, acabei encontrando este outro vídeo, de uma desconhecida, interpretando (e bem) a mesma canção.